Pressinto o som do mar.
Cada céu rabisca a rua que passo.
Extravaso o caos.
Sei que entre rostos emudecidos
há segredos irrefutáveis.
E, mergulhado em minha própria
insegurança,
assovio uma canção inútil.
Vejo-me risível
em ladeiras frias.
Encontro-me recluso
em destinos pobres.
Cabe a mim redesenhar um dia
delicadamente medonho,
rascunhando um poema morno
que irradia alguma
manhã entediada.
(novembro 2022)
Nenhum comentário:
Postar um comentário