a carícia do tempo
torna-se pesada.
Borram-se as botas que
revivem alguma infância.
Para mim,
pesadelos invadem noite a dentro
feito corvos juvenis.
Do chicote na pele
desenhando sombras.
Da fria manhã que
desdenha esperança.
Assim, descanso em volta
de medos vis.
Devagar, arrumo minhas pedras
da melhor forma possível.
Caminhando por
pensamentos secos,
preparo uma amarga
xícara de chá
feita em memória,
trauma
e lágrimas.
(outubro 2022)