Desfaço-me em mar aberto,
redefinindo solidões como vento alucinógeno.
Cada onda que me encontra
em algum lugar,
serve somente para pousada de aflições.
Desabafo com um céu atônito
na beira do mundo.
Resta a mim contar horas
perdidas pelo cansaço.
Resta assim apenas um desabafo.
Do mar eu me liberto.
Apenas me atrevo.
Sou liberdade em decomposição.
Segredos de cada manhã
que cabem,
pacientemente,
naquele horizonte
tímido e adormecido.
(janeiro 2021)