Estendo mãos famintas
em busca de um pão.
Não há resposta:
ruas mal sorriem o dia.
A pressa está posta à mesa.
Passos e mais passos
ruminam pedras
ao redor de mim.
Para comer,
desespero e vazio
alimentam o amargor
dos olhos.
Apenas quero saborear
arroz, feijão e vida.
Minha fome
é a miséria do povo
tatuada no chão,
enquanto a esperança,
pacientemente,
repousa migalhas hostis
estômago adentro.
(setembro 2023)