do povo.
devoto grão gargalhando o delírio.
de resto recolho meus passos
em contagem regressiva.
coleciono minutos numa noite
que não atrevo os olhos.
o escuro é breve sinfonia do
silêncio.
o corpo se contorce
entre espinhos de vento.
tropeço nas esquinas mais
robustas que já devorei.
não sou miragem,
muito menos amor.
sou um pedaço de fim
alucinado a porções
dedilhadas.
perdido nas horas,
no centro do povo.
no ventre da vida.
a comida está no forno
enquanto a esperança sorri
depressa.
(abril 2022)