uma lembrança.
Diante de um gole de vinho,
a conversa vai e volta
feito gangorra.
E a vida segue
a toque de caixa.
Mãos apressadas,
vozes brisadas,
aquela estrela mais brilhosa
resvala entre corrimãos.
Surge uma lua imensa
escorrendo em sua
vaidade aprisionada.
Daí dilaceram as ruas vazias
onde olhos maculados
se vêem jardineiros.
Acabam-se as festas.
Restos se acalantam.
E aquela esperança de
ceiar um pouco mais,
acaba na esquina fria
de uma realidade irreversivelmente
mesquinha.
(dezembro 2022)