carinhosamente
dentro do estômago.
São deglutidos a partir do
escombro frio da memória.
Uns estão distanciados.
Outros, invisíveis.
Alguns surgem na ambígua face
de uma fiel estrela.
Todos devidamente envelopados e
carimbados por sentimentos
libertos.
Eu aconchego a amizade em
meus olhos esquálidos,
na espera de um afago que
vai e vem no balançar
das redes.
E a serenidade do que vejo ao
redor me emociona,
como se observasse pedras
cantando o horizonte.
Carrego os amigos também
em versos.
Versos que não cabem
dentro de um vagão vazio,
onde saboreio uma deliciosa
e insistente
dose de solidão.
(julho 2021)