terça-feira, 31 de agosto de 2021

Poema antes do trabalho

Acordo com a manhã
amargando a boca.
Talvez os sonhos em chuva 
estivessem lamentando o tempo.
Vou caminhando por pedras 
que se fazem mar em sombra.
Uma tristeza sorridente
me estende as mãos,
pacientemente.
Sou instante.
Sou vertigem.
Sou um vazio 
que não cabe no expediente.
O dia recomeça.
E eu me refaço
dia a dia
no embrulhar silencioso 
das rotinas.

                                              (agosto 2021)

2 comentários:

  1. A rotina nos engole, o poeta engole a rotina. Gostei do poema, amigo Jimmy, parabéns por esse e por tantos outros de sua revolucionária poética.

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  2. De fato, há rotina latente na retina retinta. Até um desprovido de talento se inspira na sua inspiração

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