Acordo com a manhã
amargando a boca.
Talvez os sonhos em chuva
estivessem lamentando o tempo.
Vou caminhando por pedras
que se fazem mar em sombra.
Uma tristeza sorridente
me estende as mãos,
pacientemente.
Sou instante.
Sou vertigem.
Sou um vazio
que não cabe no expediente.
O dia recomeça.
E eu me refaço
dia a dia
no embrulhar silencioso
das rotinas.
(agosto 2021)
A rotina nos engole, o poeta engole a rotina. Gostei do poema, amigo Jimmy, parabéns por esse e por tantos outros de sua revolucionária poética.
ResponderExcluirDe fato, há rotina latente na retina retinta. Até um desprovido de talento se inspira na sua inspiração
ResponderExcluir