às memorias de João Pedro Mattos e de George Floyd
A covardia vestindo farda
levou o menino
preto
pobre
favela
horizonte.
Colocou seus joelhos
ao pescoço,
diante do racismo
nosso de cada
segundo.
Aquele segundo que
mata sonhos
sem piedade.
A revolta nasce em brasa
pelas esquinas,
nos guetos alimentados
de alguma esperança.
O grito mudo daqueles
que sofrem
resiste em punhos cerrados.
A covardia fardada é branca
torpe
insana.
De batalha renasce o céu
numa prece em movimento:
igualdade
justiça
paz
lágrima.
Ou não.
Não suportamos
mais.
(maio 2020)
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