sexta-feira, 5 de junho de 2020

Avesso do meu avesso

Meus olhos queimam a lástima
cuja profundidade emoldura a vida.
Seria a vida produzindo a glória?
Contrário peso duma vitória perdida.
Desejo ser uno, plástico, intenso
irritando-me ao descaso de meu corpo
Acuado, manchado pelo senso de sempre
e pelas intrigas dos lampejos de agora.
Talvez me perca no meu avesso
dentro do mote em que o fim é recomeço
tendo a mim o clamor de certa lógica
pelo reverso de tudo que desconheço.

(janeiro 2006)

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