Cães medonhos cospem vozes.
Finas trevas jamais se tocam.
Moro nas jangadas de cirandas tristes.
Ruas costuram-se em constelações
pela loucura vaidosa dos desesperados.
Moro na amargura dos cantos
migrando restos de minhas verdades.
Esbravejo um dia sujo
na receita absurda de
cada grão de vida,
a piedade de meus sossegos:
morada das incertezas.
(agosto 2010)
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