sexta-feira, 5 de junho de 2020

Morada

Moro onde mal cabem grutas.
Cães medonhos cospem vozes.
Finas trevas jamais se tocam.

Moro nas jangadas de cirandas tristes.
Ruas costuram-se em constelações
pela loucura vaidosa dos desesperados.

Moro na amargura dos cantos
migrando restos de minhas verdades.
Esbravejo um dia sujo
na receita absurda de
cada grão de vida,
a piedade de meus sossegos:
morada das incertezas.

(agosto 2010)

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