quarta-feira, 22 de março de 2023

Pescaria

Meu verso é mar revolto,
feito de visgo e blefe.
De vento rude,
me reinvento dúbio,
velando o tempo
que me basta chuva.

Meu verso brinca a areia
por castiçais de véu e lona.
Em passos breves,
maré se desfaz calma,
trovejando o verbo
que se move vulto.

Há um barco repleto 
de alguma novidade.
De longe, 
vejo esquinas que 
me beijam o rosto.
Não existe mais nenhum
acaso a nossa espera.

Minha poesia fede a peixe.

                                                 (março 2023)




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