chego em casa
por volta das seis.
Carrego algo morno
para comer.
Converso com algum
vazio por dentro
da pia.
Os pés riem doloridos,
impotentes.
A cabeça martela
gritos irreversíveis.
Já é quase noite
e poucos se importam.
O que importa é aquele
copo d'água gelado
saciando minha angústia.
E depois,
enroscado na cama
em petição de miséria,
arrasto qualquer pensamento
para o semblante
de meu cansaço,
enquanto os destinos,
preguiçosamente,
dormem diante de
suas paredes soturnas.
(março 2023)
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