domingo, 27 de novembro de 2022

Poema cínico

Talvez eu grite um silêncio escondido.
Ou minta aquela verdade guardada
feito pólvora.
Certeza faço de conselhos encaixotados
entre arbustos.
Trago enfim teu prenúncio de ser infame
ao menos uma vez.
E apeteço um sorriso enfadonho de 
dentro de meu semblante cretino.

Uma praça ao lado demora a me te
chegar no horário. 
Confuso vejo a lembrança largada
a passos lentos.
Teu rosto carrega mais uma tarde
que se faz oportuna.
Sou manipulado a barro.
Contido em vertigem.
Dissoluto por acaso.

Caibo perfeitamente em meu cinismo crônico,
enquanto convido um destino indesejado para
jantar.

                                                    (novembro 2022)


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