sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Poeminha de guardanapo

Dos poros irreversíveis,
repletos de gordura,
costumes
e desesperanças,
nasce a inspiração
desnuda,
impaciente,
desalinhada
a partir de versos tortos
que contornam a tinta da caneta
ao acaso.
Saciada ao desdém,
aquela tinta segue seu fluxo
arredio,
vívido,
naquele menu reconfortado,
diante do vigor perplexo
de um macio guardanapo.

(setembro 2022)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Na medida do possível

sou poeta de fino trato com pompa, circunstâncias e dores nos cotovelos.  assim cato meus versos  na carne mais sórdida, na pedra mais ríspi...