quinta-feira, 4 de junho de 2020

Sofá II

Não há sol, nem mar.
Nem mesmo a fome que não importava,
sequer a imagem que exagerava
em duplicar a mente.
As mãos...Sim, as mãos
continuavam atadas
esperando sorrateiramente
o atravancar de meus sonhos.
O só é contínuo,
pois o artista é ingênuo
e sua obra, desnuda.
Tempos se passam,
passam-se as vidas,
mas a lida do poeta
é sentida, rosnada
e enterrada num intenso blefe
de ser por todo sempre
apenas um sofá.

(agosto 2006

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