sexta-feira, 5 de junho de 2020

Contemplação

O silêncio sinfônico das brisas
reverencia o espetáculo da vida.
E da calmaria em sóis de veludo
revela-se a gratidão do mar.
Um templo em azul decora pássaros,
exibe a harmonia do tempo,
cinge a simplicidade das flores
em pequenos espelhos de prata.
É o aroma vindo dos grãos de mundo
espalhados em cantigas de roda,
no suave brilho surgido nos olhos
fartos dos campos,
na brevidade eterna dos sonhos
que libertam sensações findas.
Sentimentos vagam por beiras e ruas
escalando cinzas de concreto:
querem falar de amores.
Os amores exalados nos cílios da natureza.
Os amores escondidos nas frestas
de mentes humanas.
São apenas os amores que desvendam
o espetáculo da vida,
visitam a sinfonia ínfima das brisas
e fazem da serenidade das almas
a contemplação de apenas ser.
Tão somente ser.


(maio 2008)

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