enquanto ela se deleita em cânticos desprezíveis.
Fascina Judite embevecida por vestes de chumbo,
pesam os ombros.
O poeta escolhe rimas para Judite,
sonhos com Judite,
desejos em Judite,
e, como recompensa,
aquele deboche esquizofrênico brotado
no canto de boca.
O poeta sofre.
Judite se farta da agonia engendrada
por palavras tão inválidas,
incompreensíveis,
incrédulas.
Parece a musa conter-se num mundo em que o lirismo
é um vício sorrateiro.
Pobre poeta...
Judite ri soberbamente.
A lágrima do infeliz se perde na exaustão,
levando a musa junto ao esquecimento.
Agora, é Judite tangendo o detalhe,
conduzindo seu limbo à negação.
Do verso mais contido de seus vestígios,
revigora a cantata de um precipício florido,
A musa reduz-se ao passado.
O poeta agora sorri.
Sossegadamente...
(junho 2015)
Nenhum comentário:
Postar um comentário