sexta-feira, 5 de junho de 2020

Poema proletário

O cansaço espreita a migalha.
A roda capital engole
quem se esforça
na busca do pouco.
Os dias são de lutas.
Daquelas bem ferozes,
ininterruptas.
O arroz, feijão, carne,
esperança são escassos.
É preciso força para
não sucumbir à
demência das sombras.
São horas longas,
dolorosas.
O prazer é o cântico da
sobrevivência.
Uma revolta desperta
a partir de olhos proletários.
A vida renasce dentro da
avidez das consciências.
O patrão se cala ante o lucro.
Enquanto o trabalhador,
entre o cansaço e a migalha,
busca seu mundo mais justo,
na beleza intransferível
de seu grito.


(maio 2020)

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