sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Lado esquerdo do verso

Aquele verso pulsa no 
lado esquerdo daquela 
esquina.
Quer arrancar de alguma
alucinação um sonho.
De resto, uma canção
finge-se de novo 
entre ventania e desejo.
Aquele verso que clareira
um pouco de mim,
se acolhe nos sossegos 
imperdoáveis da alma.
Simplicidade de arder em terra
por apenas um cansaço.
As liberdades estão à espreita.
O lado esquerdo pulsa forte
em delicadas gotas
de luar soberano.

                                                                                                               (outubro 2020)

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Consolo em tempos de saudade

Tristes são os dias...
A saudade aperta.
Flores se calam.
Ternuras escondem-se.
Sua lágrima enternecida
escorre em minhas mãos,
querendo talvez solfejar
alguma prece.
Somos apenas tempo
em compasso de espera,
prontos para anoitecer
cada eterno de nós.
Os dias serão alegres.
Aquela imensa falta,
indestrutível,
estará marejada
com cada orvalho 
que se faz poema
dentro de sua lembrança.


(outubro 2020)

Na medida do possível

sou poeta de fino trato com pompa, circunstâncias e dores nos cotovelos.  assim cato meus versos  na carne mais sórdida, na pedra mais ríspi...