sexta-feira, 5 de junho de 2020

A volta

Deixai para trás as entranhas de meu conforto
e voltei.
Armado de línguas e ideias inconsequentes,
regido pela mais estranha forma de ostentar abismos,
eu voltei.
Com o pulmão carregado de vidas e caos.
Com cada letra desenhando meu grito incoerente.
Com a minha pesada lira abocanhando
este velho mundo de felicidades mentirosas,
eu voltei.
Sou minha arte destrinchando o verso.
Sou minha carne desfolhando a criação.
Sou a canção mais suja a desabrochar encantos vis.
Eu voltei.
Na imensidão de minha pequena cena fingida,
traço minha loucura
pela ingenuidade mascarada
de um singelo poema.


                                                                                                                                              (junho 2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Balada de Narciso

Do espelho mundo meu  redemoinho a sós. É mais belo ainda face a face adentro. Estranho tudo de fora em que aguarda a seco. Pouco seria narc...